Há alguns anos trabalhei por quase seis meses no RJ: ia sempre no domingo à noite e voltava pra BH na sexta-feira. Confins e Galeão quase se tornaram minha casa. Usei muitos taxis e no final, minhas histórias eram de rir, ou de chorar. Sabia que sempre teria uma emoção diferente. Passei por tudo que se possa imaginar: taxistas loucos, que dirigiram muito mal, aqueles que queriam conversar e saber tudo da minha vida, aqueles que queriam dar “voltinhas” comigo, cantadas (essas foram os piores momentos, pois você literalmente não tem pra onde correr!) conselhos amorosos e financeiros .... e sempre ao fundo uma música no rádio do carro.
Primeira certeza que tinha ao entrar no taxi: nunca estaria tocando uma música da qual eu gostasse e se estivesse, o taxista iria desligar o radio ou rapidamente mudar de estação, fazendo do silêncio uma agonia sem fim. Não que o meu gosto musical seja tão especifico ou tão refinado assim, mas raríssimas foram as vezes que pude voltar pra casa ouvindo uma boa música e aproveitando a viagem. Tenso.
Acreditem, taxistas na maioria das vezes acham que você tem uma necessidade social de se comunicar além de dizer o endereço que você quer chegar. Isso inclui seu status no facebook, sua naturalidade, família, preferencias futebolísticas e, em alguns casos, religião e política. E pras horas como essa, meu Ipod ou celular me salvavam.
Nessa época a saudade de casa, da minha cama e do meu chuveiro eram gigantes e sempre voltava imaginando que o tele transporte poderia existir (evitando assim a segunda viagem de Confins a BH) e com isso, nunca mais seria necessário usar um taxi. Por isso, a música sugerida pra fechar essa semana vem com um tom melancólico, mas com uma pontinha de retorno pra casa.
Kings of Leon, Back Down South:
Kings of Leon, Back Down South:
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